Pedagogia histórico crítica e psicologia histórico cultural para uma inclusão responsável: para além do neoliberalismo
Palavras-chave:
Declaração de Salamanca ideário inclusivista de pessoas com defieciência, Neoliberalismo, Pedagogia Histórico Crítica, Psicologia Histórico CulturalResumo
O presente artigo empreende uma leitura crítica acerca do ideário inclusivista em educação proposto de forma legítima e necessária por documentos internacionais como a declaração de Salamanca, a fim de compreender seus delineamentos político-ideológicos em uma base material capitalista. A declaração de Salamanca foi criada no bojo das reformas neoliberais, empreendidas na década de 90, tais reformas são apontadas como uma ideologia que vê a exclusão social e educacional como aspectos naturais, desse modo, a inclusão educacional de portadores de deficiência apresenta limites estruturais no modo-de-produção capitalista que tornam o ideário inclusivista uma utopia irrealizável em países da periferia do capitalismo como o Brasil, configurando-se em uma contradição, pois o Brasil é signatário da declaração de Salamanca e ao mesmo tempo assumiu compromisso com as reformas do Estado propostas pelo Consenso de Washington e formalizadas por meio da emenda constitucional 95, aprovada em 2016. Esta emenda exige o controle de gastos públicos com educação, saúde, assistência social, entre outros. Assim precisamos colocar os pingos nos is sobre os processos de inclusão do portador de deficiência em meio a tais reformas. Diante do exposto, apresentaremos a proposta da Pedagogia Histórico Crítica como práxis pedagógica e a Psicologia Histórico Cultural, no sentido da compreensão e superação do modelo de sociedade capitalista vigente e uma vez superada a sociedade de classes e as desigualdades por elas produzidas poderemos vislumbrar uma educação inclusiva que percebe a educação como umas das práticas humanas mais louváveis e esta deve estar a serviço de toda a humanidade.